O material aqui exposto é resultado da pesquisa para a coluna (R)Evolução, na BandNews FM, “Você conhece o festival Burning Man?“, que você pode ouvir neste link ou na barra abaixo:

 

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Uma cidade que surge no meio do nada, tem uma vida intensa de sete dias e depois é queimada até às cinzas soa como um mito grego ou a lenda do reino perdido de Atlântida. Quando junta isso e mais a liberdade de expressão artística, nudismo, tecnologia e uma sociedade livre de capital, remete-nos a uma utopia irrealizável. Porém, fiquem sabendo que ela existe e chama-se Burning Man, também conhecido como Woodstock da Era Digital.

Louco, não?

Nos confins do deserto de Nevada, nos Estados Unidos, todo ano entre agosto e setembro, nasce a Black Rock City, onde o Burning Man acontece, que mistura conceitos dos movimentos hippie e anarquista com a destruição criativa. As pessoas se reúnem no meio deste local inóspito para exibir seus carros alegóricos, invenções das mais criativas e para poder desfrutar uma semana inteira de total desligamento da sociedade tradicional, esta vinculada à normatividade dos costumes e do capital.

A singularidade deste evento está na forma como ele é arquitetado. Para se ter uma ideia, os participantes precisam levar seus próprios mantimentos, recursos e meios de sobrevivência para passar essa semana louca – não podemos esquecer que a cidade é construída no meio do deserto, onde não há água ou vegetação próxima. Ou seja, quem for precisa estar equipado com uma quantidade considerável de água, bebidas (muito importante!), comida, repelente, protetor solar, roupas etc.

É tradição também que os cidadãos distribuam entre si objetos criados por eles mesmos, bem como a organização e limpeza deve ser feita por tod@s, gerando o senso de comunidade baseada no respeito e igualdade. Uma das premissas do projeto é de que o dinheiro não circula livremente dentro dele, impedindo desse modo vendas no local, como supermercado ou outfits. Mas, como toda boa regra, existe uma exceção, ou melhor duas: você poderá comprar gelo e café nas dependências da comunidade.

Além disso, os organizadores oferecem uma infraestrutura mínima que envolve as necessidades fisiológicas, como caminhões de coleto de despejo e serviços médicos. Alguns desses serviços podem ser pagos, por isso é bom estar preparado com uma boa quantia em dinheiro no bolso.

5 fatos insanos sobre o Burning Man

História

Em 1986, dois amigos estavam insatisfeitos com o mundo. Larry Harvey e Jerry James improvisaram uma estátua de madeira e a levaram para a Baker Beach, em São Francisco, durante o solstício de verão e a queimaram ali mesmo, reunindo ao redor um público curioso com o acontecimento. Ao todo, 35 pessoas presenciaram neste primeiro momento. Na metade final da década de 80, o evento foi crescendo ano a ano e todos ficavam ansiosos para ver estátua com a figura de um homem – cada vez maior – queimar.

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Em 1990, com já 800 pessoas participando, Larry recebeu o aviso do departamento da polícia da Golden Gate Park de que não poderia mais realizar a queima na praia de São Francisco. Foi aí que o evento mudou a localidade e foi parar no deserto de Nevada e as atividades começaram a envolver uma presença maior da arte, veículos coloridos, performances e todo o tipo de invenções.

A estátua sofreu diversas modificações, dos 2,5 metros iniciais para um gigante de 32 metros. A comunidade também cresceu e conta hoje com quase 70 mil pessoas participando ativamente da cidade. No site do evento, você pode acessar a linha do tempo, com rico material informativo e ilustrativo de cada festival. 

Princípios

Há 10 princípios envolvidos na cultura e filosofia do Burning Man, são eles:

– Inclusão Radical

– Presentear

– Desmercantilização

– Autoconfiança radical

– Autoexpressão radical

– Esforço comum

– Responsabilidade civil

– Não deixar traços

– Participação

– Urgência

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Fontes:

Facebook | Insoc | Burningman Journal | Burningman.Org | Twitter | Culture

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